RESUMO
Este trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de 20 genótipos de bananeira nas condições edafoclimáticas da região do Baixo São Francisco-SE. O experimento foi instalado em área experimental da Embrapa Tabuleiros Costeiros, no município de Propriá- SE. O delineamento foi em blocos ao acaso, com quatro repetições e três touceiras úteis por parcela. Foram avaliados caracteres de crescimento e produção no primeiro e segundo ciclos. Os híbridos PV42-53, PV42-68, PV42-85 e FHIA-02, devido ao bom desempenho com relação ao peso do cacho e peso médio do fruto, podem ser recomendados para cultivo no Baixo São Francisco. O híbrido FHIA-18 apresentou excelentes características agronômicas, sendo uma alternativa a cultivar Prata-Anã. Os híbridos Ambrósia e Bucaneiro podem ser indicados por apresentarem cachos grandes e sabor semelhante às bananas do subgrupo Cavendish. O híbrido YB42-07 tem potencial para ser lançado como cultivar em áreas de cultivo de banana Maçã.
INTRODUÇÃO
A cultura da banana assume importância econômica e social em todo o mundo, sendo cultivada em mais de 80 países tropicais. O Brasil é o terceiro produtor mundial, sendo a banana a segunda fruta mais consumida no País, com uma produção aproximada de 6,8 milhões de toneladas, em uma área cultivada de 500 mil hectares (FAO, 2007).
A região Nordeste é responsável pela maior produção, com 2,7 milhões de toneladas, ocupando uma área de 210.374 ha, correspondendo a 38,6% da produção total do País, seguida pelo Sudeste, com 29,8% da produção (IBGE, 2008). A bananicultura possui uma grande importância socioeconômica no Nordeste, sendo geralmente explorada por pequenos agricultores, predominando a mão-de-obra familiar. Constitui parte integrante da alimentação de populações de baixa renda, não só pelo seu alto valor nutritivo, mas também pelo seu baixo custo, tendo papel fundamental na fixação da mão-de-obra rural (Dantas et al., 1999).
Dentre as áreas de produção de banana em Sergipe, destacam-se as microrregiões do Agreste de Itabaiana, Cotinguiba, Baixo Cotinguiba, Japaratuba, Estância e Boquim, com 78,7% da área colhida no Estado, sendo as microrregiões do Baixo São Francisco responsáveis por 43,6% da produção (IBGE, 2008).
Os problemas fitossanitários constituem a maior ameaça para a cultura, tendo em vista a utilização generalizada das cultivares Prata e Maçã, suscetíveis a diversas doenças, como a Sigatoka-amarela, causada porMycosphaerella musicola Leach, e mal-do-Panamá, cujo agente causal é o Fusarium oxysporum f. sp. cubense(E.F. Smith) Snyder & Hansen. Além dessas enfermidades, a Sigatoka-negra, causada por Mycosphaerella fijiensisMorelet, principal problema da bananicultura mundial, constitui fator limitante para a expansão da cultura na região Nordeste. Uma estratégia para a solução deste problema é o desenvolvimento de novas cultivares mais produtivas e resistentes, mediante o melhoramento genético, cuja etapa final do processo consiste na avaliação dos genótipos em diferentes regiões produtoras (Silva et al., 2002; Silva Junior et al., 2002; Donato et al., 2003; Pereira et al., 2003; Lima et al., 2005; Rodrigues et al., 2006; Silva et al., 2006).
O objetivo do trabalho foi avaliar genótipos de bananeira nas condições edafoclimáticas da região do Baixo São Francisco visando à seleção de materiais com características agronômicas e comerciais superiores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise de variância foi significativa para todas as características avaliadas no primeiro e segundo ciclos, resultado já esperado considerando que, dentre os materiais avaliados, encontram-se genótipos oriundos de diferentes grupos e subgrupos (Tabelas 1; 2 e 3). Na bananeira, a variabilidade genética importante localiza-se entre as diversas formas selvagens da espécie Musa acuminata e nas cultivares do grupo AA, que apresentam grande diversidade morfológica com variações no porte, vigor de perfilhamento, número de pencas por cacho e no tamanho dos frutos (Sherpherd et al., citados por Dantas et al., 1999).
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